quarta-feira, julho 18, 2007

FALA MINISTRA

Aguardamos com ansiedade a palavra da ministra de turismo sobre o acidente aéreo de ontem.

quinta-feira, julho 05, 2007

Ooooo Vida de Gado!

Povo Marcado.
Povo Feliz?

O MELHOR DO BRASIL É...

Paulo Sant'ana
05/07/2007

Somos iguais aos políticos

Dá um desânimo, quase uma náusea, que se transmite para grande parte dos brasileiros, sobre o que acontece em Brasília, onde parte do Congresso é corrupta e a outra parte trabalha incessantemente para encobrir as sujeiras dos colegas.Há políticos respeitáveis, entre eles até mesmo pré-candidatos à prefeitura de Porto Alegre, que, embora nunca tenham manchado sua biografia com conduta corrupta, no entanto se lançaram em defesa dos corruptos em vários escândalos com tal afã, que inspiram os eleitores mais perspicazes a crer que já não dá mais para confiar nem nos "honestos".Chegou a um ponto em que o mundo oficial da política se lançou descaradamente a uma operação para absolver um senador que enviava todos os meses dinheiro para uma empreiteira, segundo ele alega, porque a prova testemunhal é derrubadora: o dinheiro saía da empreiteira para custeio das despesas pessoais do senador.É uma vergonha. Vergonha descarada.
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O senador Romeu Tuma, corregedor do Senado, tão pronto surgiu a denúncia contra Renan Calheiros, saiu-se com uma declaração espetacular: "Eu quero absolvê-lo".Já agora, quando surgiu a denúncia contra o senador Joaquim Roriz, o mesmo Romeu Tuma declarou: "Há coisas graves".Ou seja, quando a denúncia é contra um aliado (incrivelmente, Tuma é aliado de Renan e é aliado de Lula, ele que era do PFL, atual DEM), se é um aliado que cometeu o ilícito, o corregedor quer absolvê-lo.Mas, se não aliado, tem de ser jogado nas profundezas do inferno, "são graves os fatos". Mas quer fato mais grave que receber durante anos dinheiro de lobista da empreiteira para pagar pensão alimentícia?E vão explodindo os escândalos mensal ou quinzenalmente. E os políticos se aliam para blindar os acusados, sem mais nenhum pudor, não há praticamente mais oposição no Brasil, todos se bandearam para um lado só.E os que não se bandearam que se cuidem, correm perigo.
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Entre inúmeros e-mails que recebo de pessoas que afirmam ter havido mutreta em incontáveis concursos públicos em prefeituras do Interior, há um que me deixou estupefato, pena que na maioria dos casos os denunciantes tenham medo de se identificar, compreensivelmente receiam represálias no ambiente exíguo e epidermicamente nevrálgico das relações sociais em pequenas localidades interioranas.Mas está aqui na minha mão um homem, identificado, mas que implora para que não seja seu nome publicado, afirmando que foi recentemente secretário da Administração de um município interiorano.E que o prefeito ordenou a ele que levasse à frente um concurso que teria então já escolhidos os aprovados, antes da prestação das provas.O secretário de Administração disse ao prefeito que aquilo violentava a sua consciência, que não podia elaborar um edital de um concurso fraudado. E o prefeito lhe respondeu: "A pessoa que vai passar neste concurso é filha de grandes amigos e colaboradores meus e da administração. Além disso, todo mundo faz assim e você não vai querer mudar o mundo".Escreve-me agora o ex-secretário: "Doeu-me muito ter mandado publicar o edital de publicação do resultado do concurso, lá estava em primeiro lugar a filha dos amigos do rei, a escolhida do prefeito. Não sei se lamento ter sido exonerado após ter-me manifestado contrário àquele ato ou se fico aliviado por não ter participado de tantos outros que vieram depois, iguais. Confesso-te meu arrependimento".O e-mail estava assinado, o nome da prefeitura ali indicado, o remetente autoriza a que eu publique o texto, desde que não o identifique, mas se eu publicar aqui o nome do município onde houve a fraude, irei complicar o denunciante.Mas está aqui o e-mail em meu poder para entregar a quem quiser tomar providências.
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Um mar de concursos fraudados, uma multidão de aprovados sem nenhuma capacidade cultural ou técnica, incapazes de exercer as funções que lhe foram presenteadas.E uma multidão de candidatos que não foram aprovados mas teriam de ser aprovados.Em quase toda parte. Na maioria dos concursos. Isto é incrível!
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Isto só, o que acontece em Brasília e nos concursos públicos das prefeituras gaúchas, já chegaria para a total desilusão do povo brasileiro.Mas, afinal, quem é o povo brasileiro? Somos nós, eu, que escrevo, e você, que lê esta coluna. É impossível excluirmo-nos deste povo.E como nos comportamos nós, povo brasileiro? Os políticos, já sabemos como se comportam.E sabem como nos comportamos nós? Pois só em 2007 já agredimos fisicamente 72 peritos do INSS. Porque nos estavam negando aposentadorias e licenças a que não tínhamos direito. Um perito foi executado, assassinado, deu ontem no Jornal Nacional, por ter negado uma aposentadoria fraudulenta.Ontem, ainda no noticiário, foi filmado um homem caminhando normalmente, levando erguidas por um só braço duas muletas, que ele tinha usado para fazer exame médico no INSS, simulando que estava aleijado das pernas.Nós, do povo brasileiro e porto-alegrense, telefonamos diariamente para o 190, telefone de emergência que salva-vidas, 90% de trotes entre todos os chamados para lá. E 50% de trotes para os chamados aos bombeiros.Então, somos um povinho da pior espécie.E merecemos os políticos que temos.